sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Prá qual prato vai?


Que a pecuária nacional vai de vento em popa ninguém discute. A despeito das pressões da sociedade com relação ao meio ambiente e o pouco aproveitamento das áreas de exploração agrícola, a produção de carne bovina brasileira bate recordes com freqüência. Soma-se a isso o bom valor pago pela arroba da carne e pelas peças de reposição (matrizes e bezerros) e chegamos a um cenário que o pecuarista mais otimista talvez não ousasse desejar.  
              Apesar de sermos ainda os maiores exportadores de carne bovina do mundo, com ¼ do consumo mundial alcançamos esse posto muito por termos o chamado ‘boi verde’ e por produzirmos uma carne considerada barata.  Historicamente a arroba do boi no mercado brasileiro sempre esteve na casa dos U$ 20.00 (vinte dólares) e por vezes abaixo disso. Nos últimos meses esse valor de remuneração tem superado os U$ 60.00 (sessenta dólares) e sem sinais de que possa ou vá retroceder.
              Está claro que os mercados interno e principalmente externo que podem pagar por melhores produtos e cortes não considera a carne brasileira como prioridade, deixando-nos com mercados periféricos ou que priorizam a quantidade à qualidade. Esse fenômeno começa a exigir do produtor brasileiro um maior cuidado e dedicação com relação à qualidade da carne que produz , afinal quem, em sã consciência, pagaria caro por um produto de qualidade duvidosa?    Isso talvez explique a grande movimentação dos mercados de reprodutores e matrizes das raças européias, principalmente Angus e afins, mas apenas cruzamento industrial é muito pouco para solucionar essa equação complexa, que envolve genética, condições sanitárias, gostos pessoais e tradições firmemente arraigadas.

              O governo, que deveria ser o maior interessado em manter esse mercado aquecido e em expansão recusa-se a investir o necessário em pesquisas e desenvolvimento para que deixemos de ser os maiores produtores de carne para sermos reconhecidos mundialmente como produtores DA MELHOR CARNE. 
Mais uma vez é o próprio produtor que quebra a cabeça e investe para alcançar resultados que interessam a todos.  

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